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  • O idoso e a bicicleta

    O idoso e a bicicleta

    Desejar paz não significa encontrá-la, o que pode contrariar a lei da atração. Cabe ao sossego te escolher, é ele quem te encontra. Estou quase convencida disso. Digo “quase” porque tive um dia normal, mas a noite — companheira do descanso — desandou. Só queria tomar um café, e quando ficou pronto mal tive o…

  • Estrangeirismo não, regionalismo sim

    Estrangeirismo não, regionalismo sim

    Eu não gosto de estrangeirismo. É impressionante o quanto de palavras estrangeiras importadas se alastram pelo território vocálico brasileiro. Isso me causa antipatia. Dia desses deparei-me com um tal de “bombshell” em uma postagem de fofoca sobre celebridades. Bombshell… É claro que pensei em bomba de gasolina da Shell. Nos comentários – o local mais…

  • Quando o ouro não reluz, embaça

    Quando o ouro não reluz, embaça

    Certa vez, ao passar de ônibus por Niterói (e isso tem tempo), vi uma pichação em um muro envelhecido, próprio de galpões de ferro-velho ou, quem sabe, oficinas desleixadas. A tinta negra denunciava “tem gente que é tão pobre que só tem dinheiro”. Curioso e engraçado. Retornava da capital carioca e como dispunha de várias…

  • O fardo que só o trabalho dá

    O fardo que só o trabalho dá

    A rotina e o hábito estabelecem o modo de vida, a horizontalidade da sobrevivência. Existir é uma terceira palavra, que pede um terceiro conceito. Todos seguem uma rotina. Todos são horizontais. Verticalizar é quebrar a rotina para estabelecer outra. Exige-se disposição e energia. Poucos se arriscam. Mari nunca ouviu nada disso em seus mais de…

  • O gato e a conquista pelo olhar

    O gato e a conquista pelo olhar

    Estou chateada. Amanheci chateada. Alimento um casal de gatos de rua. Minto. Não é um casal trata-se de pai e filha. Ele é um vistoso gato preto de mato. Detentor de um andar majestoso, ora preguiçoso, que faz qualquer supersticioso se benzer por três vezes caso o venha encontrar. Tenho lá minhas superstições, mas não…

  • Os sussurros do Pão de Açúcar

    Os sussurros do Pão de Açúcar

    Certa vez, observei duas tias conversarem sobre os avessos da vida, suas dificuldades e desilusões. Não foi uma tarefa agradável, mas necessária. Observar o cotidiano com todas as suas mazelas detalhadas é tarefa minha que abraço com fé. Em algum momento de tão sólida discussão, naquele instante em que uma quer provar a outra que…

  • Fantasmas de si mesmos

    Fantasmas de si mesmos

    Fim de tarde. Um casal caminha por uma calçada no centro da cidade. Distraídos entre si, porém atentos as vitrines. Se procuram algo para comprar é impreciso, pois seus olhares deslizam de um canto para o outro, para cima e para baixo, e nada parece alegrá-los. Como todo casal de hoje, um aparenta fadigado, enquanto…

  • O estranho e fluído Senhor F

    O estranho e fluído Senhor F

    Ele caminha. É pesado e fluido ao mesmo tempo. Como consegue? Isso é inexplicável. De algum modo particular mantém o ritmo. Darei o nome de Senhor F. Lembra fluido sim e ainda preservo a sua identidade. Mais do que saber quem ele é, é interessante observá-lo como conduz a sua existência: com lentidão. Lentidão de…

  • Lembro-me dos antepassados meus

    Lembro-me dos antepassados meus

    Lembro-me dos antepassados meus. Gosto de rememorá-los em suas maiores sutilezas, proezas, perspicácias… Nada de tristezas, não é bom para eles, menos ainda para mim. Em meio a esses incentivos emocionais recordei hoje o meu pai. Por volta de 2005, a nota de um real parou de ser produzida. Mas antes, em torno de 1998,…

  • Na penumbra do perigo

    Na penumbra do perigo

    Ela subiu o morro. Era a sua primeira vez. O território lhe era desconhecido. Aos nativos, não. Quando nenhum táxi ou mesmo Uber faz a “corrida” deve-se desconfiar. Ainda sim ela insistiu. Para piorar estava toda produzida, da cabeça aos pés, denunciando ao longe que era turista. Eu também, de longe, através do meu celular,…